terça-feira, 23 de agosto de 2011

Plataforma Solar de Almeria (Espanha): foco nas principais tecnologias de concentração

Pesquisadora do Ciemat/PSA mostra diversidade de projetos e pioneirismo espanhol na área de energia solar térmica
 
Vista aérea da Plataforma Solar de Almeria, Espanha
 http://www.psa.es/webesp/techrep/2009/ATR2008-2009-esp.pdf
  
No primeiro dia de atividades do II Workshop sobre Centrais Solares Termelétricas – nesta segunda-feira (22), no Recife – a pesquisadora do Centro de Pesquisas Energéticas, Ambientais e Tecnológicas (Ciemat, na sigla em espanhol) da Espanha, Loreto Valenzuela, apresentou um panorama das atividades em desenvolvimento na Plataforma Solar de Almeria (PSA).

Criada no início dos anos 1980 pelo Ciemat, a PSA conta hoje com 20 mil m2 de refletores – instalados em uma área de 103 hectares (640 m x 640 m) – no Deserto de Tabernas, na província de Almeria, sul da Espanha. A Plataforma Solar tem 120 funcionários e um orçamento anual de 6 milhões de euros, dos quais 30% são recursos próprios.

Os projetos em andamento na PSA envolvem aplicações da energia solar térmica de concentração e fotoquímica solar.

Várias tecnologias de concentração estão sendo testadas, para geração elétrica, calor de processo, produção de hidrogênio e de purificação de água. São as chamadas tecnologias de média concentração, que compreendem temperaturas entre 125ºC e 500ºC.

As tecnologias de concentração para geração elétrica englobam – além do pioneiro sistema “torre” – coletores cilindro-parabólicos (CCP), concentradores lineares de Fresnel e discos parabólicos (com ciclo Stirling).

Outras linhas de pesquisa em desenvolvimento na PSA são arquitetura solar passiva, superfícies seletivas e anti-reflexivas para tubos absorvedores, estocagem térmica usando sais fundidos e ótica e durabilidade de refletores para concentradores solares.

Na área de produção de eletricidade solar com tecnologia de CCP, Loreto destaca ainda a “geração direta”, i.e., sem auxílio do óleo sintético, que atinge temperaturas de até 400ºC mantendo-se sempre em fase líquida.

Neste caso – em que a água é aquecida e vaporizada diretamente no campo de coletores solares, acionando uma turbina (ciclo Rankine) – várias tecnologias vem sendo testadas, para se chegar à configuração ideal para as zonas de pré-aquecimento, vaporização e superaquecimento da água.

Se por um lado a geração direta de vapor (GDV) simplifica a instalação (dispensa-se o bloco de trocadores de calor óleo/água), por outro lado requer-se um complexo sistema de controle, destaca a pesquisadora da PSA.

Há muito ainda a se pesquisar nessa área, uma vez que a GDV implica em escoamento bifásico da água (uma fase líquida e outra gasosa, simultaneamente) e, consequentemente, expõe o tubo a gradientes de temperatura importantes, o que pode comprometer a operação do sistema e a vida dos materiais, conclui Loreto.

De acordo com Loreto Valenzuela, atualmente a tecnologia de geração heliotérmica com maior capacidade comercial é a de concentradores cilindro-parabólicos (CCP), com uma capacidade mundial instalada de 1.100 MW, sendo 700 MW na Espanha e o restante nos Estados Unidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário