sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Matriz energética brasileira é destaque em revista internacional

‘Geração de energia com fontes limpas faz do Brasil exemplo para resto do mundo’, diz Renewable Energy World

Usina eólica de Rio do Fogo (RN), a maior da América Latina
http://www.rechargenews.com/business_area/politics/article183932.ece

Em artigo publicado ontem no site da revista Renewable Energy World (REW), o Brasil é enaltecido pela qualidade altamente renovável de sua matriz energética. Com sede em Watham Abbey, Inglaterra, a REW é uma publicação que trata de vários aspectos das energias renováveis; suas edições impressas (bimensais) tem 30 mil assinantes, distribuídos em mais de 170 países.

“O país do sol, do mar e do samba é também um exemplo positivo para o mundo, de como explorar fontes renováveis de energia”, escreve Robin Yapp, autor da matéria.

De fato, quase metade de toda energia consumida no Brasil é de origem limpa e renovável, enquanto a média mundial das matrizes energéticas renováveis é de 13%. A matéria da REW destaca o vasto potencial das fontes limpas ainda não explorado mundo afora, que poderia atender até 77% da demanda global de energia, segundo estudos do IPCC. 

Ante uma expectativa de crescimento da demanda de energia no país – inflamada pela ascensão social que tem contribuído para a formação de um pujante mercado interno – de 60%, o repórter Yapp resgata dados publicados recentemente em relatórios oficiais, que apontam para um aumento ainda maior do caráter renovável da matriz energética brasileira: dos atuais 44,8% (final de 2010) para 46,3% no final de 2020.

Isto seria possível graças a um conjunto de ações previstas no planejamento energético decenal da EPE (Empresa de Pesquisa Energética, do MME), que prevê investimentos em novos projetos de energia renovável da ordem de R$ 100 bilhões (53% do total previsto para o setor de energia), dos quais 55% são para a construção e expansão de grandes hidrelétricas e 45% para a geração eólica, com biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH).

http://www.renewableenergyworld.com/rea/news/article/2011/09/brazil-sets-the-pace-in-clean-energy?cmpid=SolarNL-Thursday-September29-2011

Enquanto que a participação da eletricidade produzida em grandes barragens deve cair de 75% para 67% nos próximos dez anos, a geração eólica, com biomassa e PCH dever crescer 300%, passando dos atuais 9 GW (giga watt) para 27 GW em 2020. Para fazer face ao crescimento econômico e à expansão demográfica brasileira, a capacidade instalada deve aumentar de 110 GW para 171 GW na próxima década.

A geração renovável brasileira corresponde atualmente a 83% de toda a eletricidade produzida, sendo mundialmente reconhecida como uma das matrizes de geração elétrica de menor consumo de carbono. Já o consumo de petróleo e seus derivados deve cair de 38% para 32%, entre 2010 e 2020. 

Além do baixo nível de emissões de CO2 de nossa matriz elétrica, o consumo anual per capita de eletricidade no Brasil é de apenas 560 kWh (quilo watt hora), valor consideravelmente menor do que aqueles verificados em países ricos, como no Reino Unido (1.900 kWh) e nos Estados Unidos (4.500 kWh).

A matéria da REW destaca, ainda, entre outros pontos, a importância do avanço tecnológico e das estratégias de uso eficiente da energia para melhorar ainda mais a qualidade de nossa matriz energética. Destaques para duas áreas com grande potencial para aumentar sua eficiência energética: a indústria, que poderia economizar até 440 mil barris de petróleo até 2020; e a rede de distribuição elétrica, na qual as perdas são estimadas entre 15 e 17%. 

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