quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Energia solar para despoluir água: Unicamp desenvolve tecnologia pioneira

Sistema utiliza radiação solar e nanopartículas de dióxido de titânio no processo de descontaminação

Espuma poluente cobre o rio Tietê, em Bom Jesus de Pirapora: nova tecnologia pode ser usada também no tratamento de efluentes industriais
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2011/ju511_pag4.php

Pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp desenvolveram uma tecnologia sustentável, eficiente e economicamente viável para eliminar poluentes orgânicos da água. O novo sistema utiliza energia solar e eletrodos de dióxido de titânio (TiO2) nanocristalino como agentes destruidores dos poluentes. 

“[Esta tecnologia] também poderá ser utilizada para a purificação da água consumida por pessoas que vivem em regiões sem acesso a saneamento básico”, diz Cláudia Longo, coordenadora da pesquisa.

Embora reconhecido como um direito humano pela ONU, o saneamento básico não é realidade para 2,6 bilhões de pessoas no mundo.
 Assim, a tecnologia criada pela Unicamp pode representar uma contribuição efetiva para se alcançar a meta estabelecida pela ONU, de reduzir à metade o número de pessoas sem acesso ao saneamento adequado.

Além de usar uma fonte renovável de energia (o Sol), o sistema da Unicamp tem baixo custo e não gera resíduo. Os resultados obtidos em laboratório são promissores e podem ser melhorados; a tecnologia poderá ser usada em escala industrial na etapa final do tratamento de efluentes, afirma a pesquisadora. 

O princípio de funcionamento é o uso combinado de duas aplicações da energia solar – a conversão fotovoltaica (transformação da luz solar em eletricidade) e o efeito purificador dos raios solares – o que torna o processo mais eficiente, em relação às tecnologias existentes, explica Cláudia Longo. 

A professora revela que o protótipo testado apresentou bons resultados quanto à eliminação de um dos poluentes mais persistentes em efluentes industriais (o fenol) e altamente nocivo à saúde. Em três horas de exposição à radiação emitida por um simulador solar, 78% do fenol foi degradado; após seis horas, esse percentual chegou a 90%.

O trabalho foi publicado ano passado na conceituada revista Applied Catalysis B: Environmental e o registro de patente do equipamento já foi solicitado.

Com o seu aprimoramento, a tecnologia poderá ser aplicada em processos de despoluição de efluentes da indústria têxtil, de papel e celulose, como também em companhias de água e esgoto e estações de tratamento de centros comerciais, hospitalares e outros. 

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