segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Com quantos cientistas assassinados se faz um Irã sem bomba atômica?

Seria preciso exterminar milhares de especialistas para se evitar que o país disponha de mísseis com ogivas nucleares, diz analista 

Mapa da ocupação militar americana na região do Golfo Pérsico / Mostafa Ahmadi-Roshan, 32, cientista iraniano morto ao sair de casa, em Teerã (em 12.1.2010), vítima de bomba acionada por controle-remoto (http://www.freerepublic.com/focus/f-news/1790687/posts#comment)

Para o professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Mattar Nasser, a estratégia “antiterrorista” de assassinar seletivamente civis sempre foi adotada pelos Estados Unidos e Israel, de forma declarada ou escamoteada.

Nasser observa que, até pouco tempo, a eliminação seletiva de pessoas só se justificava quando entendida como último recurso para se evitar um ataque iminente. Não é o caso do Irã neste momento. 

Na ótica de Nasser, o modus operandi – a eliminação de cientistas em caráter “educativo” – defendida por um “porta-voz brasileiro dos fundamentalistas americanos”, o jornalista Caio Blinder, só se explica com base em uma nova modalidade de doutrina, a “dos assassinatos seletivos preventivos”.

Para se produzir uma bomba atômica, além da obtenção e do processamento de quantidades adequadas de urânio, é necessário o desenvolvimento de mísseis e ogivas, o que envolveria centenas ou até milhares de pessoas qualificadas (cientistas, engenheiros, operadores).

O professor da PUC-SP lembra que 90% das mortes de americanos no mundo são causadas por armas e munição produzidas nos EUA, o que – pela mesma lógica da nova doutrina em curso – nos levaria a crer que, para poupar a vida de milhares de seus cidadãos, os responsáveis da indústria bélica daquele país deveriam ser assassinados.

Segundo Nasser, o Sr. Blinder não é tão incauto assim, a ponto de ignorar o número de civis que precisariam ser exterminados no Irã, a pretexto de impedir que aquele país disponha de um arsenal de armas nucleares capaz de desestabilizar a região. 

Vai saber a motivação do eminente jornalista. Religiosa não deve ser, já que se declara praticante do judaísmo. A menos que no Torá (livro sagrado dos judeus) esteja prevista a prática de tamanha barbárie. 

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