quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Eficiência energética no sertão nordestino: fornos da indústria cerâmica são avaliados pelo INT

Estudo abrange 75% das fábricas de pequeno porte da região do Seridó no RN e PB 

Fabricação de telhas em cerâmica potiguar (FOTO: Marcelo Barroso)
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/ceramistas-apostam-na-inovacao/121990

O estudo começou em 2010 e teve como objetivo fomentar medidas para otimizar o consumo energético em pequenas fábricas de cerâmica localizadas em uma região do semiárido (o Seridó), que faz parte do Rio Grande do Norte e da Paraíba. 

O projeto “Eficiência energética em cerâmicas de pequeno porte na América Latina para mitigar a mudança climática” (EELA) é coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT) do MCTI e promovido por entidades suíças (a Agência de Cooperação e Desenvolvimento e a ONG Swisscontact).

O EELA é desenvolvido simultaneamente em outros países latino-americanos: México, Argentina, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.

Testes de campo foram realizados para medir a eficiência dos fornos de olarias instaladas na região do Seridó e indicaram possíveis melhorias, visando reduzir o consumo de energia e, assim, diminuir as emissões de CO2 e o impacto ambiental desta atividade nos locais de produção. A ideia é desenvolver um modelo que possa ser replicado em outros núcleos produtores de cerâmica da América Latina.

O projeto contou também com a colaboração de diversas entidades nacionais, entre elas, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), através de suas unidades no RN e PB. Análises comparativas foram efetuadas com dois tipos de forno: o caipira (rudimentar, que provoca grande dispersão de poluentes) e o de abóboda (mais eficiente, que aproveita os gases da combustão na secagem da cerâmica). 

Além de mitigar as emissões de carbono dos fornos, o estudo apontou mecanismos para racionalizar o uso e a extração de argila e para ampliar a oferta de biomassa renovável, minimizando o desmatamento e a degradação do solo. Briquetes de resíduos vegetais, como o bagaço de cana e a serragem, ou ainda de podas de árvores frutíferas (cajueiro, por exemplo), estão entre as alternativas.

No bojo do projeto EELA – cujas atividades estão previstas para até 2013 – foi disseminado entre os produtores locais um modelo para ampliar o comércio de créditos de carbono resultante das emissões evitadas e da maior conservação dos recursos naturais. 

Foram também analisados, no âmbito da pesquisa do NIT, indicadores sociais e apontadas soluções para as distorções observadas nas relações de trabalho. 

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