Máquina de refrigeração por absorção de fabricação chinesa: produção de frio a custa de calor
http://www.made-in-china.com/showroom/shuangliang/product-detailyemEhHYMHIki/China-Absorption-Chiller-2000-.html
Gerar frio queimando madeira é possível! Uma central de ar condicionado usando energia térmica como insumo energético funciona há um ano no centro hospitalar de Saintonge, em Saintes, na região de Charente-Maritime, França. A instalação é pioneira no país.
O sistema de climatização a biomassa de Saintes – que utiliza um chiller (unidade resfriadora de água) de “absorção líquida” – atende boa parte das necessidades de ar frio do hospital.
Não se trata propriamente de uma novidade tecnológica; aliás, os primeiros refrigeradores de que se tem notícia, as geladeiras “a querosene” usadas antigamente no campo, baseavam-se em absorção líquida.
O sistema de absorção funciona com base em um “ciclo termodinâmico” similar ao de compressão mecânica convencional, só que no lugar do motor/compressor ele dispõe de um “absorvedor/gerador” (figura).
Esquemas de funcionamento: refrigerador a compressão e refrigerador a absorção. Adaptado de Le Journal des Énergies Renouvelables, nov.-dez. 2012, Nº 212
Enquanto o refrigerador a compressão funciona com energia elétrica, a máquina a absorção requer essencialmente energia térmica (calor), que pode ser suprida por diferentes fontes, seja por combustíveis fósseis (gás natural) ou energias renováveis como a biomassa e a solar.
Diversos países da Ásia – cujas redes elétricas são de baixa confiabilidade – há muito utilizam chillers de absorção, como alternativa aos sistemas convencionais a compressão, com alto consumo de eletricidade.
Na França, embora a realidade do suprimento de eletricidade seja outra (rede de alta qualidade e preço relatividade baixo), o interesse na tecnologia de absorção – no caso do hospital de Saintes – se explica porque a caldeira (antes usada só no inverno) pode funcionar o ano todo.
Sem falar no aspecto sustentável do combustível (biomassa) e da tecnologia de climatização empregada, que utiliza um fluido refrigerante não agressivo ao meio ambiente.
A caldeira a biomassa que alimenta a rede de calor do hospital tem uma capacidade de 2,9 MW (mega-watt); em caso de demanda maior, pane ou em períodos de manutenção, uma caldeira auxiliar a gás é acionada. O chiller de absorção é de 500 kW.
Com a caldeira sendo usada de forma otimizada, isto é, cobrindo o período em que há necessidade também de ar condicionado, a economia nos custos de produção de frio é considerável. Em relação ao aquecimento, a economia global aportada pela caldeira a biomassa foi de 15%.
“A taxa de cobertura da caldeira a biomassa, que habitualmente se situa entre 80 e 85%, agora [com a produção complementar de frio] é de 93%”, destaca Laurent Gouet, do grupo Dalkia, que implementou a nova tecnologia no hospital de Saintes.
Fonte: Le Journal des Énergies Renouvelables, novembro-dezembro 2012, Nº 212
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