sexta-feira, 15 de março de 2013

Bioarquitetura: alemães criam edifício autossuficiente em energia alimentado por algas

‘Envoltória verde’ permite atenuar o calor do sol e ao mesmo tempo gerar eletricidade 

Fachadas “bioadaptativas” compostas por microalgas produzirão energia para o edifício Biarritz ou BIQ
http://www.splitterwerk.at/database/main.php?mode=album&album=2013__The_Algae_Tower&dispsize=512&startsite=1

Coordenado pela Splitterwerk Architects, da Alemanha, o “Biarritz” (BIQ) é um projeto inovador e único no mundo. Um edifício energeticamente autossustentável, que utiliza algas como fonte de energia. 

As fachadas do prédio são cobertas por persianas “bioadaptativas” onde são confinadas milhões de microalgas que diminuem a temperatura interior e fornecem energia a partir da luz solar.

As algas marinhas têm alto potencial energético e constituem uma fonte renovável de energia. Elas se multiplicam rapidamente e a biomassa resultante pode gerar eletricidade, através de sua queima em grupos geradores a diesel ou acionando pequenas turbinas a vapor. 

Embora o projeto Biarritz seja pioneiro, a ideia de usar algas em envoltórias de edificações não é nova. A empresa francesa Ennesys criou em 2012 um sistema de geração de energia usando dispositivos “fotobiorreatores” instalados em telhados e fachadas de prédios. 

O conceito foi implementado em um edifício perto de Paris, para torná-lo autossuficiente em energia e água. Os fotobiorreatores utilizam águas servidas dos banheiros como nutrientes para algas unicelulares. A tecnologia francesa é capaz de produzir 120 kWh por m2 de envoltória a cada ano. 

O uso de algas marinhas como insumo para a produção de biodiesel é também objeto de pesquisas avançadas. O Laboratório de Bioarquitetura da Universidade de Washington (EUA) desenvolve uma tecnologia que utiliza uma bactéria muito comum (Escherichia colis) para converter açúcares complexos de algas em etanol. O processo requer pouca energia, já que pode ser feito a temperaturas em torno de 25oC. 

Algas são particularmente adequadas como fonte de energia porque podem gerar cinco vezes mais biomassa do que plantas terrestres. Além disso, contém vários tipos de óleo que podem ser transformados em combustível. 

O projeto BIQ – fruto de parceria entre a Splitterwerk Architects, Strategic Science Consult of Germany, ARUP e Colt International – é uma das alternativas para a redução do consumo de energia nas edificações e um passo importante na busca de cidades sustentáveis. 

Será apresentado na Exposição Internacional da Construção, que acontece este mês em Hamburgo, Alemanha. 

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