domingo, 29 de março de 2015

De vento em popa, potência eólica planetária chega a 371 GW

Mercado global se recupera da desaceleração de 2013 e avança 40% em 2014

Assim como a energia eólica, o kitesurf surge na França em 1995, no mar do Languedoc-Roussillon (FOTO); contava com 8 mil adeptos em 2011
http://www.la-croix.com/Actualite/Sport/Le-kitesurf-a-le-vent-en-poupe-_NP_-2011-04-27-595641
Considerada madura, competitiva e confiável, a tecnologia de aerogeradores terrestres já responde por uma parcela importante da matriz elétrica global.

Há 20 anos, a capacidade eólica instalada no mundo cresce exponencialmente, e dobrou nos últimos 5 anos.

Após uma diminuição da taxa de crescimento em 2013, quando o avanço foi de pouco menos de 37 GW, em 2014 foram instalados 57 GW mundo afora. Os dados constam do balanço anual do EurObserv’ER, divulgado recentemente.

O fato de que os três principais mercados eólicos (China, Alemanha e EUA) sejam também as maiores potências econômicas do planeta é revelador da importância que essa indústria tem adquirido no contexto global.

Com amplos programas de investimento, competitividade tecnológica acirrada e grandes projetos de pesquisa e desenvolvimento, 2014 foi marcado como o ano em que a eólica no mar decolou.

Na Europa, em particular, o número de novas instalações offshore em 2014 foi excepcional: 408 parques eólicos conectados à rede. E isso em meio a dúvidas sobre a rentabilidade deste tipo de tecnologia.

A União Europeia registrou no ano passado um crescimento de 10,1% em sua capacidade eólica (em terra e mar) instalada.

Mesmo com o predomínio nítido de alguns gigantes do mercado eólico europeu, como Alemanha, Espanha e Reino Unido, houve crescimento significativo em países menores, como Suécia (+ 1.050 MW), Portugal (+ 183 MW) e Dinamarca (+ 68 MW).

Neste último, e energia eólica atendeu em 2014 a quase 40% de toda sua demanda elétrica, com um pico de 62% em janeiro. Uma expressiva participação na matriz elétrica dinamarquesa.

Quarta maior potência eólica acumulada do bloco europeu, com 9,3 GW, a França recuperou-se bem, após quatro anos de mercado em baixa; acrescentou 1 GW à sua capacidade instalada.

“Apostamos que os entraves administrativos e financeiros que subsistem em nosso país tenham sido, enfim, relaxados”, diz Vincent le Seigneur, diretor francês do EurObserv’ER.

A supressão de barreiras legais, como o zoneamento específico e o limite do número de mastros das instalações eólicas na França reoxigenou um mercado praticamente estagnado nos últimos anos.

Em termos globais, a potência eólica acumulada cresceu mais de 77 vezes desde 1995, passando de 4.800 MW para 371.191 MW ou quase três vezes toda a capacidade elétrica instalada do Brasil.

Segundo estimativa do EurObserv’ER, a distribuição regional da capacidade instalada com energia eólica ao final de 2014 ficou assim: 38,3% na Ásia, 36,5% na Europa, 21% na América do Norte e 4,2% no resto do mundo.

O bom momento atual do mercado eólico global traz alento ao combate à mudança climática, diante do cenário para emissões de carbono no setor elétrico, previsto para 2020: mais de 1/3 do total.

Ao que tudo indica, as previsões para a potência eólica acumulada no planeta no horizonte de 2030 –entre 400 GW e 600 GW – deverão se confirmar.

Fonte: Le Journal de l’Éolien, hors-série No 16, fevereiro de 2015

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